quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Relato por Francisco Constantino - Entrepontos Guaramiranga




Deixa eu dançar pro meu corpo ficar odara

Minha cara minha cuca ficar odara

Deixa eu cantar que é pro mundo ficar odara

Pra ficar tudo jóia rara

Qualquer

Canto e danço que dara coisa que se sonhara

Odara – Caetano



Foi assim, entrando em um processo de aprendizagem quase sem querer, sem saber do que se tratava (aliás, sabia que ali iria crescer) ou do que estava por vir. Foi assim que entrei. Seduzindo-se pra participar de algo tão grandioso que se quer tinha mensurado o tamanho quando iniciei.

Movido a um desejo, aliando a uma vontade de movimentar, compartilhar, de conhecer e de fazer.

Não tem aquele ditado que diz mais ou menos assim: - estava no lugar certo e na hora certa. Pois é, foi assim que percebo.

Que de alguma forma, as forças ou a sorte levaram algo pra onde estava.

Assim fui desenvolvendo como uma construção.

Pessoalmente tenho um processo lento (podem pensar que é um modo meu mesmo, perceber o que ta aqui, do meu lado sem deixar que a pressa intervenha em meu processo de entender), de aprender e entender o que passa ou esta acontecendo ao meu redor.

Natural, às vezes até me perco... Mas me encontro.

Similar e deixar sentir em um ritmo confortável que eu possa aprender ou na correria e no calor humano (sim, porque eu senti muito calor humano, das pessoas, daquelas que estava conhecendo).

Entender.

Assim deixando o processo do meu aprender desenvolvendo...

Dissolvendo em uma forma.

Concretizando.

E todos os encontros, momentos de reuniões, em rodas de conversas que foram tornando coisas mais agradáveis pra mim. É, porque é um exercício ouvir e falar. Dizer o que senti o que pensa o que esta vivenciando. Também conhecer, aprender, ter. Tantas as ferramentas exatas pra deixar o trabalho mais sistematizado, compreendido e rápido no processo de formação e entendimento. E isso tudo foi cintilando. E já era algo agradável participar.

Entre Pontos, entre pessoas, entre idéias, entre sonhos, entre formação. O mundo todo gira tão bem assim, nos entres da gente. Entre conhecimentos. E acredito que vai ser uma nova forma de aprender, de ver o mundo e formação.

É engraçado me ver quando iniciei o Programa do EntrePontos e ver o que sou hoje. A cada passo que dei já não era o mesmo, isso é obvio pra mim. E eu não dei apenas passos, dei pulos. Pulos que mudaram circunstancialmente o meu modo. E me dou conta de que ter participado não foi somente pra capacitar. Foi além.

Entre as pessoas eu fui sendo eu, sou assim mesmo observador. Quieto. E um tanto quando ouvinte. Ficar em silencio. Dizer talvez fosse pouco pro que queria. Aprendi no silencio, ouvindo aqueles que sabiam mais, que tinha sede de ensinar. Aprendi muito com os meus silêncios.

E escrever agora é encher o pouco o vazio que deixei por não me expressar em palavras, por ficar em silencio. Acontece que sou assim, mas aqui dentro esta acontecendo tantas mudanças. Porque o EntrePontos foi mudanças, mudanças que estava acontecendo. Lembra, falei em construção.

Foi isso. Pessoalmente iam acontecendo mudanças, algumas que não gosto, outras gosto. E nisso fui me construindo, e o EntrePontos no meio dessas mudanças.

Ainda tenho muito que aprender muito que me expressar e o que fazer. Mas estou nos meus passos. E já tenho feito um pouco, pessoalmente. A timidez já não é um obstáculo.


Trilha sonora: Maria Gadu e Toni Ferreira – Reflexo de Nós