segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Relato: por Lídia Barros





O Laboratório EntrePontos teve um significado imenso na minha vida. Através dele eu pude transitar, vivenciar, experimentar e descobrir um mundo que sempre me fez sonhar: o mundo da música e da produção cultural.

Como eu entrei nesse processo? Sabe aquela música, naquele trecho que diz assim: Entrei de gaiato no navio...? Foi mais ou menos assim ou totalmente assim. Não tinha idéia do tamanho do “navio”, muito menos dos “navegantes” e “marinheiros”, dos possíveis ventos, piratas ou icebergs que poderia enfrentar... Eu queria mesmo levantar âncora e navegar por mares nunca antes navegados, ouvir o som das ondas e o silêncio do oceano... Eu queria me aventurar mesmo sem saber nadar. Aquele era o “meio de transporte” que me levaria às grandes descobertas e conquistas dos meus sonhos. E quando ele ancorou bem na minha frente... Ahhhh, eu embarquei.

Estudar e trabalhar com produção cultural eram sonhos que eu tinha planejado realizar com minha prima, já há algum tempo. Eu já tinha feito toda nossa logística, já tinha falado até com meus pais e estava só esperando ela voltar de São Paulo. E foi nesse intervalo que o entrepontos chegou a Quixadá e surgiu toda aquela idéia de coletivo... E tudo mais. Quando ela retornou expliquei o processo, mas, ela já tinha outros planos e então resolvi seguir sozinha nesse mar de possibilidades.

Aos poucos fui compreendendo o processo de formação, ampliando minha visão e conhecimento através das palestras, debates e vivências, entendendo que a cultura é um direito que garante todos os outros direitos, e que aliada a uma ferramenta como o trabalho colaborativo em rede podemos transformar a sociedade em que vivemos mais justa, consciente e livre.

E Sabe aquela música, naquele trecho que diz assim: “... Sem essa de que estou sozinho, somos muito mais que isso, somos pingüim, somos golfinho, homem, sereia e beija-flor, leão, leoa e leão-marinho... Eu preciso, quero ter carinho, liberdade e respeito... Quero um milhão de amigos, quero irmãos e irmãs... E hoje em dia, como é que se diz eu te amo?...”? Foi mais ou menos assim, ou totalmente assim. Entre meus colegas “navegantes” descobri pessoas lindas... Alguns anjos disfarçados de humanos... Como a Carol, Cleyton, Rosa, Aninha e os irmãos Winz. Afeiçoei-me a eles “de cara” apenas olhando de longe. Além dos anjos encontrei também uma irmã. Uma anja, na verdade. Que além de me acomodar no conforto do seu lar, me alimentar com a deliciosa comida de sua mãezinha e me alegrar com as travessuras de seu Bob, deu-me sorrisos lindos, proteção, cuidado, atenção e todo seu amor fraterno. Coisas que só mesmo uma irmã dá. Só pelo bem querer. Até Mães eu achei. A mãe que cuidou de todos nós com hospedagem e tratamento vip (coisa de mãe) na sua casa de frente para o mar, também nos deu conselhos, amor e carinho. E a “mãe-joana,” que cuidava da nossa turma de Quixadá. Que além de me zoar em tudo até num outro estágio me deu uma força. Mãe é mesmo coisa de Deus.

Essas são pessoas queridas que somam quase um milhão, não pela quantidade mas pela intensidade do carinho que sinto por elas:

Cleyton + Cris +Diná + Lucas + Tiago + Junior + Raquel + Gabi + Diego + Nayara + Kamila + Emília + Camila + Paulo + Fabricio + Tj + Clesi + Francisco + Wesley + Fernando²+ Hélio + Ivan + Angélica + Carol + Erika + Rosa + Aninha + Val + Joana + Paulo + Thays + Victor + Cacau + Joyce...

... Quase um milhão porque pra fechar essa soma falta uma pessoinha que faz parte de mim. Ele é como música... Alegra meu coração. Um dos maiores tesouros que ganhei de Deus nessa vivência, nesse processo de formação, nesse embarque. Um amigo papoco. Especialmente por que ganhei no exato momento em que pedi a Deus que não me deixasse só. Foi nessa hora que ele apareceu na minha frente e falou: Lídia, eu vou contigo! Sabe aquela música, naquele trecho que diz assim: “... Ahaaaaaaaã... Já estava escrito...”? Pois é. Foi mais ou menos assim, ou totalmente assim.