sexta-feira, 11 de março de 2011

Grito Rock Fortaleza movimentou a véspera de Carnaval na Barra do Ceará

Galera do break agitou os intervalos entre os shows no Grito Rock Fortaleza (Por Nilson Carvalho)

A emoção é imensa e o nó na garganta é certo quando lembro de todo o processo passado até chegar o dia 04 de março de 2011, dia em que iríamos realizar a nossa “graduação” no curso de “Produção Cultural Coletiva”, voltado à organização do Grito Rock Fortaleza. Mas é preciso voltar no tempo para que se entenda a importância dessa aventura: nos dias 11, 12, 15 a 19 e 23 de Fevereiro e 3 e 4 de março, 60 pessoas se reuniram para participar do Programa Entrepontos (Programa Integrado de Desenvolvimento para os Profissionais de Música do Ceará). O curso comandado por Marcus Franchi (do Fora do Eixo Brasília – DF) e Ivan Ferraro (RedeCem e Prodisc-Ce) propôs pensarmos: “Que futuro queremos?”.

O programa Entrepontos, criado em 2010, é realizado pela Associação de Produtores de Cultura do Ceará (Prodisc), e tem como parceiros a Rede Ceará de Música (RedeCem), Prefeitura Municipal de Fortaleza, Banco do Nordeste e Sebrae/CE. Com objetivo principal de compartilhar e disseminar a profissionalização de pessoas abarcadas pela música, o programa busca estimular o desenvolvimento sustentável de negócios no campo musical. Em outras palavras o projeto procura fortalecer os mecanismos necessários à promoção e desenvolvimento dos produtos musicais já existentes, mas em alguns casos pouco explorados. O público-alvo desse programa são os músicos, técnicos e interessados em cultivar, conduzir e gerir negócios relacionados à Cadeira Produtiva da Música numa perspectiva solidária.

Os 60 participantes do curso (dentre eles: músicos, produtores, técnicos, comunicadores e interessados em adentrar no mundo musical), foram divididos entre três Frentes de Trabalho: Comunicação, tendo como facilitador Felipe Gurgel; Produção, por Thaís Andrade e Lucas Gurgel; e Técnica, por Fernando Figueiredo e Chicão. A partir daí começava a correria. Pela primeira vez em Fortaleza, esse foi o primeiro Entrepontos num formato mais amplo, contendo palestras e oficinas práticas, além de visitas a pólos como o Centro Dragão do Mar e a sede da TV O Povo.

Grito Rock

“É noite de folia!” Não, calma. Não era ainda, mas era sexta véspera de Carnaval, dia 4 de março, às 17 horas, e daríamos início ao quarto Grito Rock de Fortaleza, dessa vez realizado no Cuca Che Guevara. Com um fiozinho de pôr-do-sol no céu, o evento se inicia ao som do DJ Doido, mandando um bom hip hop enquanto a pista de skate é dividida entre os praticantes dos esportes radicais (skate e do cross frestyle), executando manobras de street e fazendo do espetáculo um momento muito empolgante logo na abertura do festival. O público ainda tímido vai chegando aos poucos e se posicionando nas arquibancadas para assistir os dançarinos de break que empolgavam a galera. Em seguida à performance dos atletas, foram distribuídos brindes da Pena.

O Caras Pretas Percussivas, de Maracanaú, abriu a noite. E o Grito Rock não seria tão rock se a segunda banda da programação não expressasse tal apologia. Thrunda, a segunda banda da noite, sobe ao palco com um público ainda tímido, mas em pouco tempo consegue atrair a todos e a empolgação começa. Tocando hits como “Mulher de Cabaré” e “Não confie em um homem de terno”, a Thrunda consegue reunir um público considerável e até uma pequena roda punk. Como se não bastasse tocar seu próprio repertório, a banda entoa uma versão do grande clássico de Renato Teixeira e Luiz Gonzaga: “O cheiro de Carolina”, fazendo um pout-pourri com “Xote das Meninas”, de Luiz Gonzaga também.

Enquanto “a peia comia” na frente do palco do Grito Rock, a transmissão ao vivo via twitter também ganhava seu público que assistiu até o fim do evento, fazendo seus comentários e curtindo um bom rock and roll, apesar de o festival acontecer em plena véspera de Carnaval.

Seguindo a programação, o Dj Doido embala o intervalo com um mix de Jorge Ben Jor, Tim Maia, Simonal, dentre outros mestres da música brasileira negra. Era som rolando e break também. Os B-Boys continuavam na área mandando ver na dança e levantando a galera presente.

Às 20 horas, a primeira banda visitante, a Sobre o Fim (Sobral), sobe ao palco. Mal a apresentação começou, já rendia mais uma roda punk e mais peia na frente do palco. O som pesado da Sobre o Fim rendeu à transmissão ao vivo um pico de audiência alta para uma sexta de Carnaval. Era chuva rolando, peia comendo e o público do Cuca adorando. A banda foi bastante aplaudida em sua primeira apresentação no Grito Rock Fortaleza. Quarenta minutos de puro rock, fim da terceira banda da noite. Troca de palco e mais uma vez o DJ Doido manda um bom som levantando a galera, dessa vez com R&B. O som estava tão bom que rendeu comentários no twitter como este, do perfil @feiradamusica: “Atenção, gatinhas na pista, balançando os quadris”.

A quarta banda a tocar foi a NFúria, direto do Pirambu, ao comando dos vocais de Tj Cassimiro e Jordan Medeiros. Bastante conhecida em Fortaleza, a NFúria fez o que melhor sabe: tocar sua mistura de Death Metal e Grindcore. Levantando a todos que gostam do estilo, o show foi bastante envolvente para o público que ainda não dava sinais de querer ir embora, apesar da chuva. A banda ainda distribuiu alguns brindes e continuou a tocar enquanto se formou a maior roda punk da noite.

E além de encerrar a noite do Grito Rock Fortaleza – e no rumo para participar ainda de mais quatro edições do Grito espalhadas pelo Brasil, a Gandharva tocou pela primeira vez em Fortaleza. O público que não os conhecia curtiu bastante o som influenciado por Nirvana, Queens of the Stone Age, Interpol, Foo Fighters. Eles enfrentaram mais de 12 horas de viagem até Fortaleza e tocaram músicas próprias como “Don’t call the cops”, “The roads” e “Sometimes”.

Por Angélica Maia

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